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Noites Mal Dormidas

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As noites mal dormidas eram a minha principal preocupação quando estava grávida. Se quando dormia menos uma hora do que o habitual, ficava com instintos assassinos, como ia lidar com uma coisinha a acordar-me a todo o momento? Aquilo aterrorizava-me e claro que muita gente fez questão de me contar as histórias mais escabrosas sobre as suas noites mal dormidas. Após a primeira noite na maternidade onde não preguei olho, de tal modo que a enfermeira me dizia “não é melhor dormir? Aproveitar que ela está tão calminha?…”, todas as outras foram mais suportáveis. Descobri que a preocupação com o bebé é maior do que o sono e apesar de andar às cabeçadas durante o dia, os primeiros 3 mesinhos passaram e a pequena começou a dormir maravilhosamente. Perfeito! Afinal não custa assim tanto, pois não? Mais recentemente, descobri uma coisa fantástica: uma má noite no meio de um monte delas boas, custa mais do que uma semana a acordar a todo o momento. Estranho? Também me p

Carta a Mim mesma antes de ser mãe…

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Ainda não sabes, mas nem tudo vai ser perfeito, o teu bebé não vai ser exactamente como tu imaginaste e nem sempre vais ter a paciência que achas que terás. As coisas nem sempre vão correr bem e muitas vezes, não vais saber porque ele está a chorar. Não faz mal, é mesmo assim. A criança não vai ser calma e educada magicamente e por muito que te esforces também vai ter os seus maus momentos em público. Sabes aquela senhora que lutava com uma birra gigantesca? Ela estava a dar o seu melhor, ela educou-o tão bem como tu achas que vais fazer, mas as crianças têm maus dias, tal como os adultos e também passarás por isso um dia. Não julgues a mãe que recusa amamentar, não é fácil e nem todos têm predisposição para enfrentar as dores e as complicações. Não acredites quando te dizem que o bebé/criança só fará o que tu deixares e que tens de ser firme, há dias cansativos e vais ceder simplesmente porque já não aguentas mais. Não julgues uma mãe que grita e dá um

Primeiro Natal em Família

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Primeiro Natal da criança, toda a gente excitadíssima por passar um bocadinho de tempo com o rebento. Mas… E a mãe? Medo!! Pois é, apesar de ser Natal e o Natal ser lindo com as crianças e todas aquelas coisas bonitas que nós sabemos, quando o bebé é muito pequenino, não passa de mais uma noite mal dormida e cheias de dúvidas e complicações e agora, com as tias e as comadres a ajudarem à confusão. É mais uma noite, como tantas outras, mas desta vez, com um monte de pessoas que raramente vemos a dar opiniões sobre como devemos fazer isto ou aquilo. Quem acompanha o blog sabe que eu odeio “opiniões”, cada um de nós cuida do nosso(a) filho(a) como bem entender e se quiser uma opinião, pede. Ninguém se deve intrometer, especialmente, quando o pediatra nos dá um conselho e o pessoal acha que sabe mais que ele. Por isso, todas estas coisas me irritam, nunca fui uma pessoa “natalícia”, não ligo nenhuma, acho que é só uma desculpa para o consumismo e nem sequer sou r

Primeiro dia de Praia

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O Verão já lá vai e pensar em frequentar uma qualquer praia portuguesa neste momento, parece uma loucura, mas já que estamos na onda das primeiras vezes, não podia deixar de partilhar a primeira ida à praia. O papá não gosta lá muito de praia, nem de levantar cedo, mas a mamã é uma pessoa muito, digamos, persistente e então, ao fim de algumas semanas a adiar, lá nos levantamos bem cedinho (nunca tinha ido para a praia tão cedo!) e fomos embora. Chegámos ao areal mal passava das 8 da manhã e havia meia dúzia de gatos pingados na praia. Nada que me espantasse, pois o sol estava muito tímido ainda e o frio fazia-se sentir. A pequenina, tinha dormido menos e adormecera no carro, pelo que chegou com má disposição. Claro que as novidades a fizeram esbugalhar os olhitos e observar tudo muito bem. Montamos as tralhas na areia (também nunca tinha levado tanta coisa antes) e colocamos a menina na toalha, sim, sem pôr os pés na areia…  A observação continuou e como ela

Primeira ida ao Parque

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Continuamos aqui na lista das primeiras vezes. A minha filha adora ir ao parque, andar de baloiço, e em tudo o que abane, desde que alguém esteja a segurá-la, obviamente. O escorrega e ela é que já não são tão amigos assim, mas com jeitinho, ainda lhe soltamos umas gargalhadas com ele. Mas a primeira vez em que decidimos levá-la ao parque, ela era ainda muito pequenina e não podia fazer absolutamente nada lá. A mãe é que andava nas diversões, com ela ao colo para não parecer mal e foi muuuito giro. Mas a forma como encaramos o momento é, no mínimo estranha… Nunca fui a pessoa que adora criancinhas, como adolescente posso dizer que mal as suportava, mas depois de adulta, comecei a encará-las de outra fora. Após ter começado a trabalhar com crianças, percebi que até me dava bem com elas e apaixonei-me por todo o seu potencial. Depois de ser mãe, naturalmente, passei a prestar uma maior atenção às crianças mais pequeninas, da idade da minha, suponho que isso vá evol

Primeira Sopa

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Entrei definitavamente na onda das primeiras vezes. Há uma primeira vez para tudo e com um bebé, quase tudo é a primeira vez. Hoje, decidi falar-vos da primeira sopa. A minha filha mamou exclusivamente até aos 6 meses como me foi recomendado e como sou um tanto preguiçosa, deu-me imenso jeito não ter de fazer comer, aquecer biberãos, etc. Mas eis que os 6 mesinhos chegaram e a ansiedade já era grande para ver como a pequena reagiria à comidinha. (Sim, coisas de mãe). Hoje em dia, tenho uma comilona que até mete medo, tudo o que lhe der é pouco, mas como devem imaginar, a primeira sopa foi beeeem diferente. Mas não exactamente como eu estava à espera… A verdade é que eu esperava que ela cuspisse, deitasse fora o prato, nos enchesse a todos de sopa (sim, a mãe, o pai e até a avó estavam de câmera em punho para assistir ao grande acontecimento), mas não foi nada disso que aconteceu… Em primeiro lugar devo dizer-vos: tudo falha. Por isso, não entrem em pânico, qu

Mamã!

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Ao fim de alguns meses com os nossos rebentos, começamos a esperar ansiosamente pelo primeiro mamã, especialmente quando os pestinhas decidem dizer “papá” primeiro. Achamos que a coisa vai ser de filme, com lágrimas e tudo, mas afinal… A primeira vez que ouvimos um mamã ficamos a olhar para a criança com ar sério (provavelmente até a assustamos), não há cá emoção, não há cá “ai minha rica filha!”, não há cá coisa nenhuma, simplesmente olhamos. O nosso pensamentos vai mais no sentido de “Disse mesmo? Não disse nada…” E depois ela/e repete e afinal parece que disse mesmo… Mas se calhar não. Caímos em cima da criança como doidos, “Vá lá, diz outra vez” e a pobre coitada até fica com medo de dizer seja o que fôr. Então, lá chega outro dia e “mamã”. E nós pensamos, hmmm, parece que foi mesmo. Certo?  E isto repete-se por mais uns dias, até o nosso cérebro conectar os fiozinhos todos e só aí é que nos damos conta da maravilha que acabou de acontecer.

10 Mitos sobre a Amamentação Que me Fazem Querer Começar ao Estalo

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Quando se trata de ter filhos, a maioria das pessoas viram perfeitos especialistas na matéria e vêm com teorias e conceitos que não nos interessam nada e que só nos fazem sentir piores. Por isso, decidi elaborar uma pequena lista dos principais mitos que terão de enfrentar. Pois a melhor forma de combater a ignorância é com conhecimento. (Em último caso, podem ser responder como uma mamã que conheci no curso de preparação para o parto, que quando começavam as conversas idiotas, ela cortava logo o assunto dizendo “Informa-te!”) 1. Leite Fraco / Bebé com Fome Preparem-se, pois isto é o que mais vão ouvir e o que mais raiva dá. Em primeiro lugar, NÃO EXISTE LEITE FRACO, o vosso leite é SEMPRE bom para o vosso filho. SEMPRE. O bebé não chora apenas porque tem fome e um recém-nascido não tem de esperar 3 horas entre cada mamada. É normal que, ao fim de uma hora ou hora e meia, a criança esteja novamente com fome. O estomâgo de um bebé é muito pequeno e o leite é digerid

9 Dicas para Sobreviver ao Primeiro Mês de Amamentação

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Já lá vai o tempo em que nos diziam que amamentar é uma coisa perfeitamente natural, todos podem fazer e que se não o fizermos somos… (preencham o espaço em branco como quiserem). Claro que poderão sempre ter de ouvir as avós e tias velhas a dizer que elas não tiveram problema nenhum e que é tudo mariquice, mas a verdade é que elas provavelmente não se lembram, ou tiveram de comer e calar, porque uma mulher é feita para sofrer e todos aqueles clichés culturais do nosso querido Portugal. Amamentar não é fácil! E para todas aquelas que querem desistir, só tenho uma coisa a dizer: têm o direito. Não se deixem levar por conversas de enfermeiras, tiradas directamente dos livrinhos nem por olhares reprovadores seja de quem for. Para as outras, que tal como eu tinham esse objectivo, aqui ficam umas dicas, de acordo com a minha experiência, que eu espero que ajudem. ;) 1. Informação Não há maior inimigo da amamentação do que o desconhecimento. É muito fácil dizer que é

Depressão Pós-Parto: Porquê eu?

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Hoje vou falar de um assunto sério e com o qual não há qualquer vontade/motivo para brincar. A Depressão Pós-Parto afecta cada vez mais mulheres e por vezes pergunto-me: somos mais fracas emocionalmente do que as mulheres eram antigamente? Será que aumentou assim tanto, ou os sentimentos eram ignorados? Será que elas não tinham problemas na vida e a chegada de uma criança era normal e linda como nos anúncios de margarina? Não sei. Provavelmente nunca saberei, a menos que alguém se debruce com um estudo intensivo sobre isto. Mas a probabilidade de alguém o fazer é pequena. Porquê? Porque a depressão pós-parto é só mais uma mariquice de quem não tem o que fazer. Porque precisam é de se ocupar. Porque não importa. Porque passa. Não é?  Não. Quando há uma mudança brusca na nossa vida, qualquer mudança, há uma tendência para uma certa ansiedade e receio, que vai se desvanecendo, quando a mudança entra na rotina. Uma criança vai mais longe do que isto, em primeiro lugar nã

O Sentido da Vida

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Não, não estou aqui para dizer como ter um filho dá sentido à vida. Um filho dá um novo sentido à vida, um filho dá uma nova perspectiva e é provavelmente uma das melhores coisas que nos podem acontecer, mas… é bom lembrar que somos pessoas e que a nossa vida deve ter um sentido independentemente dos nossos pequenos. Agora, que o sentido é diferente… lá isso é. Hoje, ao conversar com uma amiga sem filhos, dei-me conta de uma estranha realidade. Dei comigo a pensar, primeiro que ela era um bocado superficial e depois, o meu pensamento foi “Vê-se logo que não tens filhos.” E não, não foi no sentido de ela ser menos seja o que for por isso, mas sim porque as nossas preocupações são completamente diferentes… Então, pus-me a recordar como era antes (e é tão difícil, apesar de na verdade não ter passado assim tanto tempo) para tentar colocar-me no lugar dela e poder compreender um pouco melhor. Lembro-me das preocupações com os grandes projectos futuros e de carreira, de

A chegada da cegonha

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Já se passaram uns meses, desde que fui mãe, mas de vez em quando, ainda dou comigo a olhar para trás, estupefacta, a pensar como tal aconteceu. Lembro-me da gravidez, do parto, dos primeiros dias complicados e às vezes não tenho bem a certeza se aquilo aconteceu mesmo, ou se foi um sonho estranho. Até que ela chama “mamã”. Não há nada como um mamã logo pela manhã, acompanhado do sorriso mais lindo deste mundo. Mas isso é agora. Antes era diferente. Como a minha vida mudou… Cansada, exausta, com vontade de chorar e inundada de uma felicidade sem fim. Tudo ao mesmo tempo. Muitas vezes, sem ainda acreditar no que de bom me aconteceu, no enorme milagre que se deu. Tudo o que passei, parece uma espécie de sonho distante, como se tivesse acontecido a outra pessoa, apesar das dores e sensações para provar que era comigo. Todos os dias, novas descobertas, todos os dias novas aventuras, novas lágrimas e sorrisos, novos tudo... todos os dias, o meu mundo muda outra vez,

Não há melhores pais, do que aqueles que não têm filhos

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Há cerca de dois anos atrás, vi um artigo on-line com um nome semelhante a este. Não o consegui encontrar agora, para aqui o partilhar e tenho pena, porque era muito bom. Ainda não era mãe, nem sequer grávida estava, mas adorei. Era engraçado, fez-me rir e tinha a sua lógica. No entanto, aqui no meu íntimo, achei que comigo isso não ia acontecer, afinal, eu sabia tudo tão bem sabido, o que queria e não queria, o que ia fazer em diferentes situações. Eu tinha tudo controlado, sabia como educar um filho. Pelo menos, enquanto ele não existia ainda. Todos sabemos. Agora a minha perspectiva mudou, mas não deixou de ser divertida, na verdade, delicio-me sempre que oiço os planos dos outros, dos que não têm filhos, sobre a educação que darão aos futuros rebentos, sobre todas as coisas tão bem feitas que planeiam fazer com eles. Sabem tudo, têm tudo controlado, as melhores teorias, as melhores escolhas. Tudinho. E eu rio-me. Baixinho ou para dentro, não em tom de crí

Muito colo, pouco colo

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Não gosto de teorias, não acho que sejam de grande ajuda na hora de educar uma criança concreta, não acredito que nos ajudem no momento em que já estamos com os cabelos em pé e as lágrimas a querer saltar dos olhos, mas como todas as outras mães, tenho as minhas preocupações e como já vimos aqui, a perturbadora questão “Estou a fazer bem?” Vejo discussões terríveis ao vivo e on-line sobre dar colo às crianças, a quantidade de colo, os motivos que devem ou não servir para pegar ao colo. (Oi?) Observo estupefacta, enquanto as mamãs quase se batem por causa de uma coisa tão simples como pegar um filho ao colo. Normalmente, calo-me bem caladinha e tento não dar opiniões não solicitadas. No entanto, claro que às vezes dou comigo a pensar na minha situação e na minha atitude perante a minha filha. Acho que não há uma regra concreta, não pode haver, ou enlouqueceremos de vez. Eu adoro dar colo à minha filha, mas algo que sempre tive em mente, ainda antes de ser mãe, é que

A Primeira Corrida à Urgência

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A primeira doença do bebé é, por norma, uma coisa totalmente aterradora, mas felizmente, na grande maioria dos casos, não é doença nenhuma… Assim foi com a minha filha. A sua primeira doença, ou semi-doença, não passava de uns espirrozitos e umas tentativas não muito eficazes de emitir sons com a garganta. Estranho? Não é assim tanto. Ela nasceu no Inverno e, como tal, de vez em quando, lá havia um sacana de um espirro ou uma tossezita. Apesar de tudo, até somos pais (semi-)controlados e por isso, nada de ir a correr para o pediatra ou para o telefone à mínima coisa. É ridículo… (Será?) Mas naquela manhã tudo mudou. Cansei de ser racional e de dizer que isto já passa, ela parecia não conseguir respirar como deve ser e agarrei nela, sem pensar sequer muito no assunto, e toca de levar a criança para as urgências. Ao chegar lá… bem, arrependi-me rapidamente. Primeiro, os ares do hospital parecem ser milagrosos. Mal entrámos no átrio principal, acabou a tosse, o

Prisão de Chocolate

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Ser mãe é maravilhoso, para mim a concretização de um grande sonho e deu um novo sentido à minha vida. No entanto, muito pouca gente assume (talvez porque não é politicamente correcto) a sensação de prisão que muitas vezes nos assalta e nos deixa de rastos. Ao contrário do que poderia pensar-se, não é o não poder fazer as coisas, não poder sair ou ir ao cinema, é mais o não poder agarrar na chave e meter-me no carro e andar um bocado. É ter de planear tudo para ir lá abaixo por o lixo, para não interferir com o comer, a fralda e sei lá mais o quê. Não é o não poder fazer, é o não poder ser espontâneo. É não poder tomar uma decisão sem pensar em 500 outras coisas, é não poder sair intempestivamente só porque me apetece… É deixar de ser eu, para começar a ser a mãe de… É engolir o choro porque agora é hora de mamar, é não poder gritar para não assustar a bebé. É não poder ficar sozinha um segundo, naquele momento em que preciso mesmo, mas só poderei fazê-lo daí a 5 horas