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A mostrar mensagens de 2019

A viagem da mãe

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Recentemente tive de fazer uma viagem em trabalho. A primeira vez que estava fora desde que a L nasceu. Claro, ela já tinha tido as suas “festas do pijama” na casa da avó, mas era sempre uma noite, duas no máximo e sabia que a mãe estava à distância de uma chamada. Desta vez, ia ser diferente. A mãe ia estar 4 dias fora e não havia maneira de vir a correr se fosse preciso. Claro que ela não tinha plena consciência disso. Então, seria mesmo importante ou os medos da mamã é que estavam a fazer filmes? Preparando o terreno A L é por norma uma miúda desenrascada e no que diz respeito a ficar longe da mãe, confiante. Ela sabe que a mãe virá buscá-la eventualmente e apesar de uma ou outra birrita ocasional deixá-la com outra pessoa não costuma ser um problema. Por isso, estava mais ou menos tranquila, afinal ia ficar com o pai e os avós. Mas com o passar dos dias… Claro que como geralmente acontece, os receios eram mais meus do que dela, que não se mostrou nem um

Voltámos à luz de presença

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Tivémos tempos difíceis com o sono no ano lectivo anterior. A L ainda dormia a sesta na escola e quando chegava a casa não era capaz de adormecer tão cedo quanto devia. Por medo, ou mimo, pedia que lá ficassemos com ela até adormecer. Eu ficava. Este processo poderia durar até 2 horas! Por volta das 3 ou 4 de manhã, uns pezinhos pequeninos corriam pelo corredor fora até à nossa cama… As férias ajudam a crescer Nas férias, as coisas melhoraram. Tal como antes tinham servido para mudar do quarto dos pais para o dela, agora serviram para acabar com as visitas clandestinas a meio da noite. Numa casa estranha, ela não se atrevia a andar pelos corredores às escuras. Além disso, com a piscina, a praia, os passeios e as viagens de tricilo e trotinete, ela chegava ao final do dia exausta e capotava. De regresso a Lisboa, tivémos algum receio que voltássemos ao mesmo, mas os “bons hábitos" continuaram. UFA! Um passo para a frente, outro para trás… Apesar deste

Convulsões febris - experimentámos e não gostámos

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Quando a febre sobe repentinamente, podem surgir convulsões febris. É um conhecimento mais ou menos universal, daquele tipo de coisas que só acontece aos outros, até porque a nossa criança já tem quase 4 anos e nunca aconteceu. Só que um dia, ela troca-nos as voltas. Era um daqueles dias excelentes, em que tudo corria bem. Festinha de anos de manhã, um passeio com os pais e uns amigos à tarde. Todo o dia bem disposta e conversadora, um pouco cansada, mas com tudo o que caminhou, perfeitamente normal.  No final do dia, a L começou a ficar chatinha e birrenta. Ao fim de algum tempo, esta coisa de ser mãe fica enraizada e disse para a madrinha dela “Vai ficar doente”. Dito e feito, cerca de 2 horas mais tarde, toma lá 39ºC de febre. Dou-lhe o medicamento da praxe e deito-a, já a ver a minha vida a andar para trás. Por volta das 4 e meia da manhã fui ver como estava, dormia tranquilamente e não parecia ter febre. Cerca de uma hora depois, acordamos com um barulho estra

Actividades extra-curriculares - aquela coisa ingrata

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Nunca fui muito fã de actividades extra-curriculares frequentadas através da escola. Considero que os miúdos já lá passam tempo demais e que do ponto de vista de interacção social, teriam mais a ganhar em fazê-las noutros locais, onde conheceriam novas pessoas. Mas no fundo, é só mais uma daquelas coisas que dizemos que vamos fazer quando tivermos filhos, até os termos… e percebermos que não temos tempo para nada e a criança já vai estar na escola todo esse tempo na mesma. No ano passado não inscrevemos a L em nenhuma actividade, queriamos que ela se adaptasse e integrasse e não achamos que fosse importante. Este ano decidimos que estava na hora de ela ter outras experiências. Tomamos a decisão. Iria frequentar uma actividade extra-curricular. Durante todo o Verão estive preocupada com a piscina na casa de férias e a possibilidade de a L ir para lá quando ninguém estava a ver. Então, decidi que estava na hora de ir para a Natação. Perguntei-lhe se ela gostaria de o

Novo ano, novas... viroses!

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Começamos o novo ano escolar cheios de esperança que fosse mais calmo. Afinal já não é o primeiro, certo? Já não vai ficar doente semana sim, semana não, certo? Não. Errado. Ou tivemos um grande azar, ou não sei o que se passa, mas o ano começou muito mal. Primeira semana para esquecer O primeiro dia começou logo mal. Recebo uma chamada da escola, que é sempre aquele momento simpático em que o coração meio que perde uma batida, porque a L tinha dado uma queda. Para sumarizar a coisa, deu um trambolhão na casa de banho. Escorregou e bateu com a cabeça no chão. Resultado? Galo gigante na testa com uma grande nódoa negra de adorno. Nada demais. Dia seguinte, ela volta à escola. Na quinta-feira, portanto, 4º dia, novo telefonema. Desta vez, já não me preocupei tanto. Isto uma pessoa habitua-se. Mais um galo? Não. Um febrão! Dez dias em casa com febres altas e diarreias para as quais os médicos não achavam nenhuma causa importante. Algumas idas às urgênc

A Fera

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O nosso vizinho do lado arranjou uma fera. Uma fera felpuda e gorducha que atende (ou irá um dia, quando aprender o próprio nome) pelo nome de Rocky. O dono do Rocky é um amigo de longa data do papá e quando a L chegou da escola, convidou-a para ir lá a casa ver o pequenote.  Ela não vai lá muito à bola com o vizinho e olhou para mim desconfiada. Há quem sofra de amor à primeira vista, a L tende mais a sofrer de ‘não sei se gosto de ti’ à primeira vista. Mas havia um gatinho envolvido… Por isso, lá foi ela. Brincou com o bichano, trouxe-o a ver os nossos, que nem lhe acharam muita graça, por acaso. Acho que consideraram que aquilo era um problema de concorrência desleal ou excesso de fofura.  No final, nem um adeus, nem um obrigada, nada… (Anda uma mãe a criar uma filha para isto…) Agradeceu o pai por ela, enquanto eu lhe rosnava baixinho sobre boas maneiras. O vizinho diz-lhe que quando quiser ir ver o gato, basta ir lá e bater à porta. Ela prega os olhos no c

Festa de Final de Ano Lectivo - ou quando os pais são piores que os filhos

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No fim de semana passado, tivemos a festa de final de ano da escola da L. A festa consistia de vários momentos, sendo que o que mais gostei foi o espetáculo musical realizado numa sala de espetáculos em Lisboa. A miúda divertiu-se a fazer e nós gostámos de ver. Mas infelizmente, a noção de civismo de algumas pessoas é absolutamente terrível. Eu tinha provado o gostinho desta triste realidade, quando, ainda era funcionária desta mesma escola, longe ainda de ser mãe e vi que a última turma a entrar (o 6º ano) foi grandemente ignorado pelos pais que já tendo visto os seus pimpolhos acharam por bem fazer uma verdadeira feira e não só não prestar atenção, como também impedir os que queriam ver, de ouvir o que as crianças diziam. Este ano, a escola fez, e muito bem, algumas alterações para prevenir este tipo de acontecimento. As crianças não foram entregues aos pais imediatamente após a sua actuação. No final do espetáculo, todos os alunos dos diversos anos subiram ao palco par

Primeiro ano de escola e doenças: uma síntese

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Prometi no início do ano lectivo uma análise de dados cuidada sobre aquele terrível primeiro ano de escola, também conhecido como “O ano em que o papá e a mamã são despedidos porque faltam constantemente ao trabalho”. Brincadeiras à parte, a verdade é que pelos menos os primeiros meses são um verdadeiro horror e temos a sensação de que a criança está sempre doente. Vai à escola uma semana e fica duas ou três em casa. Mas não será a nossa mente cansada e farta, a exagerar? Vejamos… Saúde em números Não, não vos vou mostrar uma estatística toda XPTO tirada sei lá de onde. Anotei cuidadosamente cada acto médico e medicamento tomado pela L, para termos uma noção mais realista do que foram estes primeiros meses. Devo referir que estes números conferem apenas 5 meses, visto que a partir de Fevereiro acabaram os problemas. Então temos: Número de vezes que nos deslocamos à urgência - 5 Chamadas para a Saúde 24 (inúteis, mandam-nos sempre para a urgência) - 3

Fiquei de castigo!

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Há experiências pelas quais inevitavelmente temos de passar, enquanto filhos e enquanto pais. Não há volta a dar. Uma delas é o momento em que chegamos à escola e ouvimos “Queres contar à mãe o que se passou? Ou conto eu?” Ups. Preparem-se… era assustador quando éramos pequenos, mas não é muito melhor depois de crescemos. A L sempre foi uma miúda muito tímida e pacata, não fazia disparates, de tal forma que a conversa seguinte foi motivo de risos de uma outra funcionária da escola, pois nem parecia verdade. A L tinha estado de castigo. E claro, como não faz a coisa por menos, dois dias seguidos! Ela e o seu novo melhor amigo, claro. Para quem não socializava, decidiu que estava na hora de se atirar de cabeça! E segundo consta, não se ralou nadinha de ir de castigo e ainda incentivou o outro, que estava todo choroso “anda!” como quem diz 'deixa lá isso…' Depois segue-se aquele momento constrangedor em que temos de fazer cara séria e explicar o quão desiludid

Mudanças de Gente Crescida

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Sempre gostei de mudanças na vida. Apesar de ter (e depender delas para a sanidade mental) as minhas rotinas, quando os dias se tornam todos iguais por um período demasiado longo de tempo, tenho de arranjar alguma forma de pôr tudo de cabeça para baixo. Um novo projecto, uma nova experiência, qualquer coisa, grande ou pequena, para mudar. Desde que a L nasceu que me preocupa a sua capacidade de adaptação, como qualquer criança pequena, as alterações de rotinas podem ter um impacto catastrófico nas birras, no sono, na alimentação… Neste fim-de-semana tive uma agradável surpresa… Chegou a hora de passar para uma cama “de gente grande” e expliquei-lhe que a sua cama ia embora e vinha uma cama grande igual à da mamã e que já agora tinha de separar alguns brinquedos com os quais já não brincasse tanto, sem qualquer esperança que o fizesse. Para minha surpresa, ficou excitadíssima com a ideia e sem qualquer drama separou os brinquedos que queria que fossem e os que queri

Os Amigos

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A socialização das crianças é, desde tenra idade, uma das coisas mais importantes para o seu desenvolvimento a vários níveis. Sempre foi o que mais nos preocupou na L, devido à sua personalidade tímida e independente até ao limite de eu esperar, a qualquer momento, ouvir daquela boca um “odeio pessoas”. O olhar de lado e carinha de desdém quando se metem com ela na rua, apesar de ter uma certa graça (mas ela não pode saber!) sempre foi um grande motivo de preocupação. Ir para a escola parecia-nos a melhor forma de lidar com isto e ensiná-la a conviver, aceitar e até gostar da companhia das outras crianças. As coisas decorreram de forma um pouco estranha no início. Ela ia bem para a escola, até parecia sentir-se bem, mas gostava mais de estar ao pé dos adultos ou a brincar sozinha. Quando ia buscá-la era frequente vê-la de parte a observar os outros e o mais fantástico, sem estar triste por estar sozinha, para ela aquilo era interacção que chegásse. Felizmente, ma

O Carnaval e essa coisa das máscaras

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Quem diz que as mulheres demoram muito nas compras, devia ir fazê-las com a minha filha. A criatura é muito mais despachada que a mãe e nada indecisa. Este ano, pela primeira vez, achei que a L já era suficientemente crescida para escolher a sua máscara de Carnaval, então no fim-de-semana perguntei-lhe do que gostaria de se mascarar, enquanto por dentro implorava silenciosamente que fosse algo fácil porque não tenho tempo nem paciência para andar às voltas. A resposta foi imediata “unicónio!” Sorri e pensei cá para mim que só esperava encontrar tal coisa. Assim, durante a semana, decidi que não iria andar às voltas, ia levá-la a uma loja e deixava-a escolher entre os fatos que lá estavam qual gostasse mais. Fui buscá-la à escola e disse-lhe que iamos às compras, o que a deixou entusiasmadíssima… Chegadas à loja em questão, digo-lhe “Vá, estão aqui muitos, vê qual gostas.” A miúda foi direitinha a um fato de... adivinhem lá... unicórnio! O último para o tama

Quando os nossos filhos deixam de ser fofinhos

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Nunca fui muito dada a crianças, gostava delas, eram fofinhas e giras, mas sempre a uma distância segura. Sempre imaginei ser mãe, mas não tinha bem a certeza de como iria ser. Quando em 2008 surgiu a oportunidade de trabalhar com crianças aceitei sem saber muito bem no que me estava a meter, precisava trabalhar e era uma oportunidade excelente. Apaixonei-me. Percebi que afinal até tinha algum jeito e pasme-se! Os putos até pareciam gostar de mim. Depois a vida deu voltas e voltas e entretanto tive a L. Sempre foi a coisa mais fofa do mundo (sou super imparcial, não sou?). Não fazia birras, dormia toda a noite e sempre que íamos à rua só ouvia elogios de como era linda, educada, um amor. Mas um dia ela cresceu… E começou a fazer birras, voltou a acordar de noite, a mãe exausta e as palpiteiras a dizer “Ah, que menina feia” ou assim por entre os dentes “Este pais de hoje em dia não sabem dar educação aos filhos.” Não me interessava minimanete, a minha máxima sempr

Quando nasce uma mãe, nasce a culpa

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Sempre ouvi falar nessa culpa que as mães sentem o tempo todo, façam o que fizerem. Sempre achei que vinha dos outros e não de nós. Não podia ser assim tão difícil, certo? (Sim, podem rir.) Enquanto a L foi mais pequena, não sofria muito dessa coisa da culpa. Sempre fiz aquilo em que acreditava, sem hesitar. Amamentei até quando quis, deixei-a dormir na minha cama enquanto me apeteceu, cuidava da alimentação dela e estava comigo em casa, que é onde os bebés devem estar sempre que é possível. Cheia de certezas portanto. Depois chegou a timidez da miúda, as preocupações e deu-se a entrada para a escola… Descobri uma coisa interessante: a culpa! É porque os levantamos cedo, é porque não os deixamos vestir a roupa que queriam, porque o pequeno-almoço não foi tão caseiro ou saudável quanto tinhamos imaginado que fariamos, todos os dias (que inocência!). Se vamos buscá-los cedo, sentimos culpa porque coitadinhos não convivem o suficiente, nem socializam com os ou

"Fazer coisas com a mãe"

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De vez em quando, aparecem uns trabalhitos da escola para fazermos em família. Criar uma árvore genealógica ou decorar uma bola para a árvore de Natal. Enquanto a nós, adultos, às vezes não apetece nada, eles estão sempre prontos para mostrar a sua veia criativa. A L, no início, não mostrava grande interesse e era preciso ser eu a dizer “Olha, cola isto ali, pinta acolá” e ela lá fazia como quem está a fazer uma tarefa sem interesse nenhum. Aos pouquinhos, foi ganhando o gosto pela escola e pelos trabalhos e agora vem sempre toda feliz quando traz algo para fazer em casa. Na última vez, o trabalho implicava colagens, que ela adora (quem não gosta de ficar com cola no cabelo, nas mãos, na roupa e depois tocar em tudo o que veja pela frente ao longo da casa, certo?) e eu sentei-me com ela a tratar do assunto. Ora, nós temos dois gatos, muito curiosos por sinal e um deles (na foto) decidiu ir investigar o que se passava. É o Hobbes, o seu grande amigo, mas naquele mom