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A mostrar mensagens de março, 2018

É feriado! Para quem?

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É feriado! Aquele dia mágico que levava o ano inteiro a desejar e depois deixava-me afundar do sofá e só saía de lá para comer um monte de comida de plástico, encomendada, porque afinal “é feriado”, não vou cozinhar. Agora, o feriado não significa absolutamente nada. Significa que vai haver mais gente na rua e nas lojas e a fazer fila quando quero despachar-me. Mais gente a empatar, o mesmo trabalho. A miúda não sabe que é feriado quando se levanta de manhã, apesar do sol ainda não ter nascido. “Não tens mais sono?” “Não” Pois não… mas eu tenho… Depois vem a roupa, o almoço, o lanche, o banho, o jantar, o… tudo. E só temos um cheirinho do feriado na hora da sesta. “Ah, é melhor que nada, não é?” São sempre aqueles pérolas de quem não tem putos, que rematam sempre com um “tu é que quiseste ter filhos”. Pois quis, mas posso estar cansada, não? Ai que saudades dos domingos e feriados, os verdadeiros domingos e feriados a ver séries no sofá, daqueles mesmo, mesmo

Escola: 8 expectativas que nós temos (e a dura e crua Realidade)

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Chegou a hora da L ir para a escolinha. Vai fazer 3 anos no final deste ano e decidimos que agora sim, era hora de ela ir para um infantário, fazer amigos, conviver e aprender.  Em Setembro começa uma nova aventura. Não tivemos grandes dificuldades na escolha, acho que já estava escolhido antes dela nascer, pois eu trabalhei lá e sei que é de qualidade (e tenho lá espias hehe). Gera sempre alguma ansiedade e curiosidade, como vai ser, como vai reagir, o que irá acontecer quando eu realmente a deixar lá e vier embora… Por isso, decidi fazer este post, meio por brincadeira, meio a sério, baseado na experiência enquanto funcionária de uma escola e nalgumas conversas com amigas. Aquilo que esperamos é bem diferente da realidade e, na grande maioria das vezes, isso não é mau! 1. A escolha! O primeiro passo é escolher o estabelecimento. E aqui esperam-nos horas e horas a visitar sítios que apesar de serem a 5 metros da nossa casa, não sabíamos que existiam e cl

Mentir é feio. Vamos lá tentar não rir

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Mentir . Essa coisa muito feia que todos fazemos de vez em quando. Sempre ouvi dizer que as crianças não mentem, francamente, quem inventou isso nunca deve ter conhecido nenhuma… Agora, precisavam de começar tão cedo? Na semana passada, a L disse a sua primeira mentira claramente deliberada e eu, que devia ter ficado muito zangada, tive de morder o lábio para não me rir. (Eles mentir, mentem, mas não têm lá muito jeito para a coisa.) Estava ela num dia de miminho devido à febre e sem me deixar fazer nada na cozinha. Sentei-a na bancada ao pé de mim (não, não estava em perigo de cair) para conseguir pelo menos tirar a loiça da máquina. Ora, começo a ver uns frascos (felizmente de plástico) a voarem… “O que é isso L?” Ela olha para mim com um sorriso maroto e diz-me “Foi o Hobbes!” Eu olho para o pobre gato que está deitado, do outro lado da cozinha (assim a uns 3 ou 4 metros de distância) a apanhar solinho da janela descansadinho da sua vida e que levanta a cabeça a

Trabalhar com a miúda ao colo

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Como já referi anteriormente, trabalho a partir de casa e em diferentes projectos, sendo na sua maioria, projectos de escrita. Muitas mães já comentaram comigo que não sabem como o faço, pois não conseguem fazer nada com os filhos em casa. Bem, há dias bons e maus, mas de uma maneira geral, consigo, embora haja sempre tarefas que guardo para a hora da sesta por ter mais sossego. Apesar de só ter 2 anos, a L já percebe que quando a mãe diz que está a trabalhar, significa que tem de brincar sozinha e na grande maioria das vezes, é o que faz. No entanto, agora que esteve doentinha, as coisas foram diferentes. Estava mais rabugenta e com vontade de miminhos. E quem consegue negar todo o miminho do mundo àqueles olhinhos mortiços e cheios de lágrimas? Pois, eu também não. O problema é que, ao contrário do que o estado português pensa, os trabalhadores independentes não são ricos e como não temos direito a baixas, assistência à família ou seja o que fôr… bem, o remédio

Termómetros de testa - não, obrigada!

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Ai, aquela fase maravilhosa, onde a nossa barriga está linda mas ainda não pesa e achamos que vamos ser as melhores mães do mundo, com toda a paciência possível e faremos melhor trabalho do que qualquer pessoa que cruze o nosso caminho… Atestamo-nos com todos os artifícios e últimas modas de produtos lindos e perfeitos, que são tão bons que até ofuscam e achamos que fizemos a melhor escolha e tudo correrá sobre rodas. E então o puto nasce. Foi nessa linda fase do meio da gravidez, em que nos sentimos as rainhas do mundo, apaparicadas e ainda sem dores nas costas nem azia que fui à farmácia comprar um termómetro para o bebé redonducho que lá vinha. A senhora convenceu-me de que tinha um mesmo mesmo bom, perfeito, era o que todas as mamãs levavam agora… Bem, vamos lá ver isso. Podia medir-se a febre na testa, ou no ouvido, sem incomodar o bebé. Preço? Caríssimo. Mas não importa, é por uma boa causa, coitadinha da bebé, vai ter febre, todos têm e assim, até a dormir m

Ah, a chuva...

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Ah, a chuva, essa coisa maravilhosa e tão necessária para toda a gente… excepto para quem tem uma mini pessoa em casa fechada dias a fio, porque chove torrencialmente e ela nem é capaz de segurar o chapéu de chuva. Ah e tal, faz muita falta, mas podia chover assim, vá lá, dois, três dias e depois termos um para ir ao parque e dar uma corrida, não? É algo a pensar, está bem São Pedro? Haja lá um santinho protector das mães e educadoras de infância e mandem lá um bocadinho de sol para os miúdos gastarem as energias que estão a acumular-se em forma de birras e gritos, está bem? E já agora, já que estamos numa de pedir, vamos lá a parar com a ventania e o assobio digno de filme de terror nas frestas da janela, que a miúda tem medo, irra!

Hoje não me apetece

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Ter um filho é uma das mais maravilhosas possibilidades que a vida nos oferece, mas nem todos os dias são lindos e cheios de sorrisos e há dias em que, pura e simplesmente, não apetece. Hoje não me apetece. Não me apetece ter de levantar da cama, não me apetece brincar com ela nem trocar fraldas. Hoje não me apetece ter aquela discussão pela enésima vez sobre não poder comer bolachas ao pequeno-almoço. Hoje não me apetece que ela me “ajude” a tirar a loiça da máquina ou a varrer o chão. Não me apetece contar histórias. Hoje não me apetece dar festinhas ao cavalo de madeira, porque ele quer miminhos antes de fazer óó, não me apetece responder às perguntas, nem sentá-la no bacio, enquanto faço macacadas para que lá fique um bocadinho. Hoje não me apetece ver o Panda, não me apetece ouvir a Xana TocToc a cantar músicas parvas que ninguém suporta, nem ver os pais do Ruca cheios de uma paciência sobrehumana, que não acredito que alguém tenha. Hoje não me apetece ir

O Terror do Bacio

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Desde que a L nasceu que eu sabia que esta é uma etapa difícil. Quais noites sem dormir, qual quê, quando me falavam de tratar de uma criança, eu lembrava-me das horas intermináveis no bacio e das confusões armadas pelas crianças no colégio onde trabalhei. Sempre foi uma das fases que mais me "preocupou". Não sei tirar fraldas às crianças, nem tenho a menor paciência. No entanto, o tempo passa implacável e a tão temida fase chegou e devo dizer-vos: é tão horrendo como imaginado. Foi um custo até que a miúda se sentasse pela primeira vez no bacio, quando parecia estar a habituar-se, faleceu o meu pai e estivemos longe de casa bastante tempo. Na volta… começar tudo de novo. Entretanto, chegou o Inverno... E ah e tal "está fiiiiio mãe!!!"  Já tentei uma ou outra vez deixá-la sem fralda e ver o que acontece. Não é difícil imaginar, pois não? Ela não só não pede quando precisa, como grita “Nãaaaao!” quando eu pergunto se quer fazer xixi. Ne

A Morte e o olhar de quem não entende o que se passa

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A morte é um daqueles assuntos que evitamos até não poder mais, é pior do que explicar como se fazem os bebés, porque neste caso, nós também não sabemos. No Verão passado, enfrentei um daqueles momentos que sabemos que eventualmente vão acontecer, mas nunca esperamos que seja já: perdi o meu pai. Com 64 anos apenas, era a última coisa que me passava pela cabeça. Recebi, no primeiro dia de Julho um telefonema às 7 e tal da manhã a dizer “o teu pai está no hospital”. É como se de repente, nos tivessem tirado o tapete debaixo dos pés e dessemos um grande trambolhão, mas claro que dizemos, pronto, está doente, mas vai passar… Não passou. Estava fora de Lisboa e decorreu quase um mês de deslocações constantes ao hospital para o ver. Primeiro sem sucesso, pois estava no Serviço de Observação e depois lá consegui estar com ele algum tempo. A L passou, em menos de nada, de estar sempre com a mãe, para mal a ver. As coisas pioraram nos últimos dias. O olhar dela quan