Escola: 8 expectativas que nós temos (e a dura e crua Realidade)

Chegou a hora da L ir para a escolinha. Vai fazer 3 anos no final deste ano e decidimos que agora sim, era hora de ela ir para um infantário, fazer amigos, conviver e aprender.  Em Setembro começa uma nova aventura.

Não tivemos grandes dificuldades na escolha, acho que já estava escolhido antes dela nascer, pois eu trabalhei lá e sei que é de qualidade (e tenho lá espias hehe).




Gera sempre alguma ansiedade e curiosidade, como vai ser, como vai reagir, o que irá acontecer quando eu realmente a deixar lá e vier embora… Por isso, decidi fazer este post, meio por brincadeira, meio a sério, baseado na experiência enquanto funcionária de uma escola e nalgumas conversas com amigas.

Aquilo que esperamos é bem diferente da realidade e, na grande maioria das vezes, isso não é mau!


1. A escolha!

O primeiro passo é escolher o estabelecimento. E aqui esperam-nos horas e horas a visitar sítios que apesar de serem a 5 metros da nossa casa, não sabíamos que existiam e claro… a por defeitos.

Expectativa: Vamos escolher a melhor, a mais bonita, a mais… tudo. Tem de ser o sítio perfeito para deixarmos a nossa preciosidade.

Realidade: Vamos escolher uma suficientemente boa, perto de casa e com uma proprina acessível ao orçamento. Afinal, valores mais altos se levantam e na maioria das vezes, a escola “perfeita” (se é que isso existe) vai ser demasiado cara, demasiado longe, ou demasiado qualquer outra coisa.


2. Material

Depois de escolhida a escola, inscrita a criança, reunião com a direcção ou educadora (depende da escola) é-nos entregue uma lista de material.

Expectativa: Oh, ele só tem 3 anos, é só umas coisinhas.

Realidade: a lista tem 2 folhas com frente e verso e metade dos materiais são “para que raio o puto quer esta m****?” ou “onde raio vou eu encontrar esta coisa?”


3. Primeiro Dia

Chega finalmente o dia. Imaginámos uma entrada glamorosa e com beijinhos fofinhos para despedir…

Expectativa: Vestimos a criança com uma roupa linda, penteamos e levamos, entregamos a piolha à educadora, uma beijoca e “vá fofinha, diverte-te muito”.

Realidade: O stress começa logo em casa com um “despacha-te! Vamos chegar atrasados no primeiro dia.” Para terminar numa crise de choro, daquela com baba e ranho (da criança e da mãe). Quando conseguimos sair dali, não há lacinhos no cabelo, a roupa parece saída do caixote do lixo e a nossa criancinha parece um monstro furioso. Não esquecer o ar de reprovação dos funcionários da escola e o nosso sorriso de quem gostaria de se enfiar pelo chão abaixo.


4. O Lanche

Tivémos tantos cuidadinhos com a alimentação, não vamos deixar que a entrada para a creche estrague tudo, não é?

Expectativa: Vou preparar todas as manhãs um lanchinho maravilhoso, cheio de coisas boas e saudáveis.

Realidade: Toma lá umas bolachas e pára de gritar que já estamos super atrasados!


5. O almoço

Este pode ser um verdadeiro problema, mas enfrentemos a realidade: a culpa é nossa.

Expectativa: Ai, coitadinho do meu menino, que só come a carninha cozinhada durante exactamente 3 minutos e 23 segundos e meio e cortada em meias-luas certinhas. Vai sofrer tanto.

Realidade: Vai comer aquilo que lhe puserem à frente, sem reclamar, porque as educadoras e auxiliares têm mais que fazer e vamos ficar pasmos com as coisas que eles de um momento para o outro passam a gostar porque a [introduzir nome da educadora] disse que os meninos têm de comer.


6. Partilhar

“Os brinquedos não vão ser só teus, ok? Mas é bom vais ter amigos para brincar.”

Expectativa: Aqui entra o nosso desejo secreto de que estejamos perante uma reencarnação da Madre Teresa de Calcutá, afinal ela é tão fofinha! Vai tudo correr beeeeeem.

Realidade: Só que não!


7. Trabalhos

Oh aquelas obras de arte maravilhosas que eles vão fazer com aqueles lápis de cores caríssimos, com 120 cores, das quais só vão usar 5 no máximo!

Expectativa: Desenhos lindos, do papá e da mamã, com os gatinhos a dormir no sofá…

Realidade: Riscos incompreensíveis, de cores berrantes (ou todos da mesma cor, vai depender do dia), aos quais nós sorrimos e “tão lindo filho, um cão.” E a criança responde-nos com a irritação de quem está rodeada da mais terrível ignorância “Não mãe! É um cavalo.” E nós com cara de tacho “Ah… pois é…”


8. A Saída

Após um dia de separação infinita, eis que o dia chega finalmente ao fim e vamos buscá-los, cheias de saudades!

Expectativa: A criança corre para nós quando nos vê, assim em câmara lenta, como nos filmes, num momento maravilhoso e emocionado, pendura-se no nosso pescoço e diz-nos quanta falta sentiu de nós!

Realidade: “Oh mãe, já?! Mas eu estou a brincar com o não sei quantos!” 



No fim… é só mais uma peripécia, capaz de nos levar à loucura ou às mais sentidas gargalhadas.

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