Não há melhores pais, do que aqueles que não têm filhos


Há cerca de dois anos atrás, vi um artigo on-line com um nome semelhante a este. Não o consegui encontrar agora, para aqui o partilhar e tenho pena, porque era muito bom. Ainda não era mãe, nem sequer grávida estava, mas adorei. Era engraçado, fez-me rir e tinha a sua lógica.



No entanto, aqui no meu íntimo, achei que comigo isso não ia acontecer, afinal, eu sabia tudo tão bem sabido, o que queria e não queria, o que ia fazer em diferentes situações. Eu tinha tudo controlado, sabia como educar um filho. Pelo menos, enquanto ele não existia ainda. Todos sabemos.

Agora a minha perspectiva mudou, mas não deixou de ser divertida, na verdade, delicio-me sempre que oiço os planos dos outros, dos que não têm filhos, sobre a educação que darão aos futuros rebentos, sobre todas as coisas tão bem feitas que planeiam fazer com eles.



Sabem tudo, têm tudo controlado, as melhores teorias, as melhores escolhas. Tudinho. E eu rio-me. Baixinho ou para dentro, não em tom de crítica, mas com um certo saudosismo piroso do “eu também era assim”. Pois era. E achava que estava cheia de razão.

Trabalhei numa escola vários anos e sabia exactamente como educar cada um daqueles pequenos seres. Sabia tudo o que os papás estavam a fazer mal e tudo o que deviam fazer para corrigir. Sabia tudo. Como todos sabemos antes de ter filhos.

Lembro-me de respirar fundo perante alguns comentários e pensar que, jamais, como mãe, agiria daquela forma. De criticar internamente uma mãe mais benevolente, ou uma mais autoritária, porque, na minha mente, eu sabia sempre o que era certo e nunca, mas nunca, perderia a paciência. Pelo menos não assim, como eles, até para dar em doida é preciso ter jeito.



Tem piada, não tem?

Por isso, rio, rio muito e nunca digo a famosa frase “Quando tiveres filhos, logo vês.” Deixo-os estar, deixo-os sonhar, como me deixaram a mim. Deixo-os acreditar que as teorias da psicologia e da pedagogia funcionam exactamente assim e que se as seguirmos, tudo será perfeito.

E sorrio. Porque sorrir é o melhor remédio.



(Imagens: http://boutiqueinfantil.com.br/)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

As provas de aferição...

Glovo: A ajuda que precisávamos?

O Drama das Arrumações (só que não)