A chegada da cegonha






Já se passaram uns meses, desde que fui mãe, mas de vez em quando, ainda dou comigo a olhar para trás, estupefacta, a pensar como tal aconteceu. Lembro-me da gravidez, do parto, dos primeiros dias complicados e às vezes não tenho bem a certeza se aquilo aconteceu mesmo, ou se foi um sonho estranho. Até que ela chama “mamã”.

Não há nada como um mamã logo pela manhã, acompanhado do sorriso mais lindo deste mundo. Mas isso é agora. Antes era diferente.

Como a minha vida mudou… Cansada, exausta, com vontade de chorar e inundada de uma felicidade sem fim. Tudo ao mesmo tempo. Muitas vezes, sem ainda acreditar no que de bom me aconteceu, no enorme milagre que se deu. Tudo o que passei, parece uma espécie de sonho distante, como se tivesse acontecido a outra pessoa, apesar das dores e sensações para provar que era comigo.

Todos os dias, novas descobertas, todos os dias novas aventuras, novas lágrimas e sorrisos, novos tudo... todos os dias, o meu mundo muda outra vez, as frustrações dão-me vontade de fugir, ao mesmo tempo que o olhar e o sorriso na minha filha, me faz acreditar que sou capaz de amar de uma forma que nem sabia que existia. 

Há bocado estava a ler uns tópicos, escritos por outras mães, sobre “coisas que gostaria de ter sabido antes”. Dei por mim a pensar na minha situação e há uma: gostava de ter sabido que a recuperação custa mais que o parto em si, que a estadia da maternidade custa mais que o medo de estar totalmente responsável pela bebé, que o medo de perdê-la, custa mais do que a falta de sono.

Cada sorriso, cada nova palavra, cada mínimo desenvolvimento que vejo todos os dias, relembra-me onde estava com a cabeça quando decidi embarcar nesta aventura. ;)

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